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Contexto histórico do poema \
Qual o contexto histórico do poema\\\\\\\\\\\\\\\”hontem pôs-se a sol\\\\\\\\\\\\\\\” de Bernadim Ribeiro?
Preciso apresentar um trabalho de literatura, apresentando o contexto histórico do poema. A resposta irá me auxiliar na montagem do trabalho, mostrando assim do que se tratava o poema e qual a intenção do autor ao escrever o poema.

Answer #
Ainda tem duvida sobre Contexto histórico do poema \, entao utilize o campo de respostas dessa mesma pergunta para contra argumentar novas explicacoes.Answer this Question
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Answer #1
As obras de Bernardim Ribeiro estão presentes no Cancioneiro Geral de Garcia Resende. São atribuídas à sua autoria: cantigas, vilancetes, esparsas, cinco éclogas, a sextina heptassilábica “Hontem pôs-se o sol”; além do “Livro da Menina e Moça”. Nas obras em verso, em geral, Bernardim tematiza a esperança, o cuidado, a mudança, o tempo, o próprio “eu” convertido em objeto (“mim”). Observe: “Hontem pos-se a sol, e a noute cobriu de sombra esta terra. Agora é já outro dia, tudo toma, toma o sol; só foi a minha vontade para não tomar co tempo! Todalas coisas, per tempo, passam, como dia e noute; ua só, minha vontade, nam, que a dor comigo a aterra; nela cuido enquanto ha sol, nela em quanto não há dia. Mal quero per um só dia a todo outro dia e tempo, que a mim pôs-se-me o sol onde eu só temia a noute; tenho a mim sobre a terra, debaxo minha vontade. Dentro na minha vontade nam ha momento no dia que nam seja tudo terra; ora ponho a culpa ao tempo, ora a tomo a pôr à noute: no milhor, pôs-se-me o sol! Primeiro não haverá sol que eu descanse na vontade. Pôs-se-me hua escura noute sobre a lembrança de um dia, Inda mal porque houve tempo e porque tudo foi terra. Haver de ser tudo terra quanto ha debaxo de sol me descansa, porque o tempo me vingará da vontade: se nam que antes deste dia ha de passar tanta noute!” Note que há a abordagem da passagem do tempo no poema. Bernardim Ribeiro foi um poeta renascentista que viveu, estima-se, entre 1482(?) e 1552(?). Assim como Sá de Miranda e Gil Vicente, desfrutava do convívio palaciano. Suas poesias, dotadas de elementos bucólicos e contemplação da natureza, o tornam reconhecido por ter introduzido tais temas em Portugal. Há a exaltação de belezas campestres, com certo tom de saudosismo dos tempos anteriores às agitações trazidas pelas mudanças. Mais tarde, no século XVIII, os poetas árcades levariam tais conceitos ao extremo. Antes, no período renascentista em que Bernardim Ribeiro escreveu, havia uma tentativa de recuperar a Antiguidade Clássica, como busca da perfeição estética. É a busca pela perfeição de formas que trouxe de volta os sonetos, a ode, a elegia, a écloga e a epopeia, composições inspiradas em Homero, Platão e Virgílio, na Antiguidade Clássica. Esse fato é um reflexo da renovação vivida no período. A nova realidade econômica, com a decadência do feudalismo e ascensão do mercantilismo (as viagens marítimas) exigiu a reformulação na arte.