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Interpretação de texto de artigo de opinião
SAÚDE PÚBLICA: POR ONDE COMEÇAR O TRATAMENTO?
Jean Rodrigues de Oliveira
Meu município, Remígio, está localizado no brejo paraibano. É uma cidadezinha interiorana calma e considerada uma cidade-pólo, tendo em vista sua ótima localização, que dar acesso a vários outros municípios. Entretanto, um grave problema maltrata os remigenses a mais de 10 anos: a falta de um hospital público, pois os “vários” pequenos postos de atendimento da família (PSF) só nos servem para vacinação e receita de remédios; em casos mais graves, somos obrigados anos humilharmos em hospitais das cidades circunvizinhas.
O caos da saúde pública do nosso país nos parece até muito normal. Vemos qualquer notícia de o povo morrendo em corredores dos hospitais públicos; ora por falta de atendimento, ora por falta de remédios. Desde que o Brasil é Brasil que as pessoas sofrem com esse problema. Dinheiro para investir nisso nós sabemos que há. Os estádios que estão sendo construídos para a Copa de 2014 comprovam isso. O que falta é uma tonelada de vergonha na cara, interesse, comprometimento e planejamento daqueles que são responsáveis por administrar o dinheiro público dos nossos impostos. A corrupção e o péssimo eleitorado brasileiro são em quem nós devemos por a culpa.
Minha cidade apesar de muito conhecida no estado por ser uma cidade-pólo, por suas festas de vaquejadas e emancipação política, sofre com essa crueldade. Há anos que esse município não sabe o que é ter um filho originalmente nascido na sua terra. Quantos idosos e crianças já adoeceram nas madrugadas e foram obrigados a negociar com a sorte, pedindo um pouco mais de calma enquanto chega a algum hospital em Campina Grande (36 km – uma hora de viagem)? Porém, em épocas de eleições a saúde pública é um dos projetos mais prometidos pelos atônitos candidatos nas campanhas. O interessante é que o tempo que faz que não nasce uma criança em Remígio é o mesmo em que o povo vive iludido numa esperança utópica da nossa situação mudar.
A culpa disso na maior parte sabemos que é nossa mesmo. O povo deve ter o político que merece. Nós eleitores ainda estamos anos luzes de distância de saber escolher os candidatos dignos e honestos para nos representarmos. Na maioria das vezes, vê-se tanto eleitores quanto candidatos em busca de interesses particulares e não no bem comum. Os políticos fazem uma “promessinha” de emprego para um aqui; uma “carradinha” de tijolos para outro ali; paga umas contas de água e luz para outro acolá; e esses mesmos beneficiados de um dia, sofrem por décadas afins, pois a politicagem é hereditária.
Enfim, discutir problemas públicos não tem como fugir de política. Segundo nossa Constituição Federal saúde é um direito que deve ser garantido para a população. O problema é que faltou concordar isso com as pessoas que escolhemos como responsáveis. O Brasil precisa de gente honesta. O povo precisa de uma (re) educação eleitoral. Quem mais sofre com isso é meu município, meu Brasil.
1. Sobre o texto acima, responda:
a) Que gênero textual é esse que acabamos de ler?
b) Para que serve um texto como esse?
c) Onde encontramos textos assim?
d) Qual o tema tratado nesse texto?
e) Você achou esse título subjetivo ou objetivo?
f) Que outro título você daria a esse texto?
g) Como o autor fez a introdução do seu texto?
h) Qual é a opinião do autor sobre esse tema?
i) Por que ele diz que dinheiro para investir na saúde há?
j) Quais são os dois problemas da má saúde pública no Brasil apontado pelo autor no fim do segundo parágrafo?
k) O autor cita um exemplo que acontece na cidade dele. Que exemplo é este? Devemos citar exemplos em artigos de opinião? Por que?
l) De quem é a culpa pelo descaso com a saúde no Brasil?
m) O que, na maioria das vezes, tanto eleitores quanto candidatos buscam em época de eleições?
n) Qual a estratégia usada pelo autor para concluir seu texto?
Professores e Alunos
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