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Tire minha duvida por favor nestas questões.
TEXTO Sonhar novos modos de ser
1 Desde o século XVIII, se percebe que os seres humanos são diferentes no espaço, tema
2 da Etnologia, e no tempo, foco da História. Durante muito tempo se imaginou, pelo menos no
3 Ocidente, que as diferenças fossem apenas aparentes; a modernidade percebe que elas são mais
4 profundas. Porém, uma coisa é dar-se conta disso, outra é notar que enormes possibilidades de
5 ação se abrem para nós com isso. Torna-se possível sonhar novos modos de ser.
6 Esse novo enfoque sobre o mundo é particularmente visível na Política, e é o que
7 permite a democracia. Se fôssemos todos sempre iguais, ou se nos reduzíssemos a um pequeno
8 grupo de possibilidades, como os “caracteres” ou tipos psicológicos com que lidaram Teofrasto e
9 La Bruyère, não teríamos a liberdade de mudar a nós mesmos ou a nossa sociedade. Ou seja, não
10 se trata apenas de um fato: os seres humanos mudam; mas também de um projeto, de uma vontade,
11 em suma, de muitas liberdades: podemos mudar o mundo. É claro que essa liberdade, ela mesma,
12 está sujeita a limites.
13 Penso que é legítimo entender que a construção do futuro é a tentativa de substituir
14 pesadelos por sonhos. No primeiro capítulo do Dezoito Brumário, Marx fala das imagens do
15 passado que nos impedem de construir o novo. Por exemplo, o que limitou as revoluções inglesa
16 do século XVII e francesa do século XVIII foi que seus líderes lutavam pelo que nunca antes tinha
17 existido, acreditando que estavam restaurando o Velho Testamento ou a Roma antiga.
18 Quais são as disciplinas, as ciências, as teorias que abrirão caminho para esta tarefa?
19 Insistirei em três. Uma delas é a Psicologia que, procurando conhecer o mundo de nossos afetos,
20 propõe-se, de inúmeras e contraditórias formas, reduzir o sofrimento mental e, se possível, ampliar
21 nossa capacidade de escolha livre. Não é fortuito que Freud desse tanta importância à interpretação
22 dos sonhos, e que Jung visse na atividade onírica um dos principais focos de seu trabalho.
23 Outra é a Política, que proclama que o mundo no qual vivemos é construção nossa e,
24 por isso, pode ser modificado. Aliás, é bom lembrar que ao longo das últimas décadas a palavra
25 “política”, que antes tinha um sentido genérico dentro do qual cabiam como subdivisões a
26 democracia, a aristocracia, a monarquia, a ditadura, foi sendo levada a se tornar quase que
27 sinônimo de política democrática. Hoje, quando alguém define a Política como espaço em que a
28 força bruta é substituída pelo diálogo, pela persuasão, em síntese, pela linguagem, o que está
29 fazendo é definir um tipo só de política, a democrática, que pelo visto acabou se convertendo na 30 única política digna de seu nome.
31 E, finalmente, a Educação. Já comentei que educar não é o mesmo que instruir. Um
32 manual de instruções ou um tutorial limitam-se a descrever como funciona alguma coisa. Ora, o
33 ser humano não nasce com tutorial. Precisamos constantemente aprender como somos, como são
34 os outros, e aprender a lidar com as dificuldades – e oportunidades – da vida. É esta abertura ampla
35 de possibilidades que caracteriza nossa espécie, sendo que o número de modos de ser aumentou
36 muitíssimo de um século para cá. Educar é formar alguém para a diversidade da vida, e se possível
37 para lidar com essa pluralidade – isto é, saber como fará para viver as relações a partir de suas
38 escolhas responsáveis.
39 Tudo isso é um tanto novo. E não se impôs no mundo inteiro, haja vista os países em
40 que a mulher é oprimida de forma bárbara ou, mesmo em nosso próprio país, o discurso de ódio
41 que neste momento soa tão forte. Mas o caminho da liberdade, política tanto quanto pessoal, não
42 tem volta.
QUAL SERIA A RESPOSTA CERTA OU NÃO HÁ RESPOSTA CERTA NESTAS DUAS QUESTÕES?
07) Marque a alternativa que apresenta a expressão com o mesmo valor sintático de “a democracia” (L.7).
(A) “lembrar” (L.24).
(B) “a Política” (L.27).
(C) “pela persuasão” (L.28).
(D) “caminho” (L.18).
12) Há equivalência morfológica entre a palavra “só” (L.29) e da alternativa:
(A) “mesma” (L.11).
(B) “profundas” (L.4)
(C) “Aliás” (L.24).
(D) “Constantemente” (L.33)
Professores e Alunos
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