COMO RESCREVER A HISTÓRIA DO PONTO DE VISTA DA BARATA??
Era uma dessas baratinhas brancas e nojentas, acostumadas a só imundície e ao monturo, comendo calmamente sua refeiçãozinha composta de um pedaço de batata pobre. Chegou junto dela um rato transmissor de peste bubônica e lhe disse:
– “Comadre, ontem tive uma aventura extraordinária. Estive num lugar realmente maravilhoso, como você, comadre, decerto jamais encontrará em toda sua vida”. Barata comendo.
– “O lugar era uma coisa que realmente me deixou de boca aberta”, prosseguiu o rato, “tão espantoso, tão diferente de tudo que tenho visto em minha vida roedora”. Barata comendo.
– “Imagine você”, prosseguiu o rato, “que descobri o lugar por acaso. Vou indo numa das cavidades subterrâneas por onde passeio sempre, entrando aqui e ali, numa casa e outra, quando de repente percebo uma galleria que não conheço. Meto-me nela, um pouco amedrontado por não saber onde vai dar, e de repente saio numa cozinha impressionante. O chão, limpo que nem espelho! Os espelhos, de um brilho de cegar! As panelas polidas como você não pode imaginar! O fogão, que nem um brinco! As paredes, sem uma mancha! O teto, claro é branco como se tivesse sido acabado de pintar! Os armários tão arrumados que estavam ate perfumados! Poeira em nenhuma parte, umidade inexistente, lixo impossível de haver … “.
E foi aí que a barata não se conteve. Levou a mão à boca, num espasmo e protestou:
– “Que mania! Que horror! Sempre vem contar essas histórias exatamente no momento em que a gente está comendo!”
Moral: Para o vírus, a penicilina é uma doença