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Questão sobre absolutismo na França
Se o absolutismo na França acabou em 1789 com a queda da Bastilha, como Carlos X, que foi rei da França de 1824 até 1830, pode ter sido absolutista? Fiquei em dúvida se é possível simplesmente retomar o absolutismo, já que, em tese, se realmente tivesse acabado, não poderia ter outro rei absolutista.
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Answer #1
Sua pergunta é muito boa. Na verdade, o absolutismo sofre um duro golpe com o clima instalado na França após a realização da reunião dos Estados-Gerais no Palácio de Versalhes, em maio de 1789. O problema começou com o sistema de votação: como cada Estado contava 1 voto, teríamos sempre o Terceiro Estado, mais numeroso e amplamente constituído pela burguesia, derrotado pelos outros dois (a Nobreza e o Clero). Dessa forma, o Terceiro Estado sugeriu a votação de acordo com o número de representantes, de forma que os resultados pudessem ser mais justos. Mas não houve acordo com a nobreza e o clero, o que fez com que o Terceiro Estado se separasse dos Estados-Gerais e se declarasse Assembleia Nacional, buscando assim acabar com os privilégios do clero e da nobreza, além de elaborar uma Constituição de acordo com os ideais do Iluminismo. O povo foi às ruas, insatisfeito, e em 14 de julho de 1789 ocorre a tomada da Bastilha, depósito de armas e presídio. Em 4 de agosto é proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Em 1790, os bens da igreja são confiscados e, em 1791, o rei, Luís XVI, tentara fugir mas fora capturado e mantido sob vigilância. Durante o período 1791-1792, estabelece-se na França uma Monarquia Constitucional, e o rei permanecia como chefe máximo do Poder Executivo. Mas, diante de um quadro de guerra contra outras monarquias, como Áustria e Prússia, os poderes de Luís XVI são suspensos e, em janeiro de 1793 o rei é guilhotinado. O período conhecido como “Terror Jacobino” foi marcado pela perseguição aos suspeitos de conspirar contra o regime. Com a “reação termidoriana”, os girondinos tomam o poder, em 1795, e tem início o período conhecido como Diretório (1795-1799), ao fim do qual ocorre o golpe de 18 de Brumário de 1799, que leva Napoleão Bonaparte ao poder. Napoleão proclama-se Imperador em 1804 e seu governo, marcado pelo expansionismo político e militar, dura até 1814, após derrotas significativas para os ingleses (Batalha de Trafalgar, 1805) e para os russos (a fracassada invasão à Rússia, em 1812). Napoleão foge do exílio e governa a França ainda por 100 dias, sendo finalmente derrotado na Batalha de Waterloo, em 1815. É neste ponto que, com o Congresso de Viena (1814-1815), a restauração do Absolutismo entra em curso na Europa. Mas os tempos haviam mudado: não era possível retomar o estado da política tal como antes de 1789. Era preciso que os monarcas, reconduzidos ao poder, respeitassem Constituições. Sendo assim, assume o trono da França Luís XVIII (1814-15 e 1815-1824). Carlos X (1824-1830) sucede o irmão, Luís XVIII, morto em 1824. O caráter absolutista de Carlos X aparece quando a oposição ao seu governo obtém maioria na Câmara — o que leva o monarca a dissolver o poder Legislativo e censurar a imprensa. Com a rebelião popular frente a essas medidas, Carlos X abdica e assume o poder o duque de Orléans, Luís Filipe, que enfrenta uma grave revolta operária em 1848. Como vemos, o processo através do qual o absolutismo sofre mudanças, recua e avança na França, é bastante complexo e tumultuado e isso poderia ser verificado também na segunda metade do século XIX.